sábado, 5 de março de 2016

Chefe imprevisível é mais estressante do que chefe ruim o tempo todo.

Ter um chefe que é injusto o tempo todo pode não ser a pior experiência do mundo corporativo. Segundo um estudo de professores americanos, é menos estressante lidar com um gestor que é sempre ruim do que com um de comportamento imprevisível, que oscila entre tratar os subordinados bem e mal.
Realizado por professores da Universidade do Estado de Michigan e das universidades de Cincinnati e Geórgia, o estudo foi publicado na edição mais recente do “Academy of Management Journal”, e se baseou nos resultados de um experimento com estudantes e de uma pesquisa de campo com funcionários de empresas.
Durante o experimento, 160 estudantes foram separados em três grupos para realizar uma atividade, e cada um teve que lidar com um tipo de supervisor. Ao mesmo tempo, os pesquisadores mediram o batimento cardíaco dos participantes, o que é considerado um indicador de estresse. Aqueles que tiveram um “chefe” que se comportou de forma inconstante apresentaram níveis mais altos de estresse do que os com supervisores de comportamento previsível — mesmo quando estes eram injustos com a equipe o tempo todo.
Os resultados apareceram novamente quando os pesquisadores observaram a relação entre 95 funcionários e superiores de empresas de diversos setores da economia por um período de três semanas. Aqueles com chefes instáveis apresentaram estresse, insatisfação com o trabalho e exaustão emocional com maior frequência do que aqueles funcionários que receberam tratamento ruim o tempo todo.
Para os professores, embora a melhor situação para os funcionários seja ser tratado de forma justa com consistência, as pessoas tendem a valorizar mais a previsibilidade do que o tratamento em si. “Nossos resultados mostram, essencialmente, que é melhor para um funcionário ter um chefe que é consistentemente ‘babaca’ do que alguém de comportamento irregular”, diz Fadel Matta, autor do estudo e pesquisador da Broad College of Business, da Universidade do Estado de Michigan.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 04.03.2016

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