Por Osmar Maron para o RH.com.br
A complexa arte de liderar pessoas tem sido discutida amplamente nas organizações e por órgãos que se ocupam efetivamente com a Gestão de Pessoas. Isso se deve ao fato de que cada vez mais o ser humano é motivado a se individualizar, buscando seus próprios interesses. No entanto, essa procura não é somente uma realização própria, uma autoestima a ser saciada, mas antes é antes de qualquer coisa a promoção de um orgulho doentio que priva o próprio indivíduo dos relacionamentos, como também exclui as maiores possibilidades da pessoa em promover seu próprio crescimento e, assim, seu valor e sua autoestima.
A busca por uma realização pessoal não exclui pessoas, ela as envolve e isso por si só já gera conflitos. Pessoas pensam de forma diferente, agem e têm atitudes contrárias umas das outras e isso gera tensão. Estão em jogo, desejos e convicções pessoais e dessas normalmente não se quer abrir mão dos desejos almejados. Quem não gostaria de sempre ter sua posição e opinião valorizadas e colocadas em prática? Porém, isso não é assim tão simples de se realizar! O mundo dos relacionamentos é um universo em constante tensão e crescimento. Isso prepara as pessoas. Elas crescem no conflito e na tensão. Esse é o maior processo de maturação pessoal que existe.
Muitos desistem quando surgem a pressão, o conflito e a tensão. Fecham-se, calam-se ou se isolam por completo. Criam um mundo só "seu". Inatingível e de autodefesa. É aqui que começa a autodesvalorização.
As organizações estão repletas de pessoas que agem e que pensam assim. Não suportam pressão. Não se envolvem por medo de sofrer e se sentirem humilhadas. Não crescem e nunca se tornarão um fator promocional de mudanças por não quererem correr riscos. No entanto, são elas os maiores valores das organizações. Ali, o líder necessita interagir de forma promotora, quebrando conceitos e paradigmas levando as pessoas a terem uma nova visão de si próprias, para que depois possam compreender suas vocações e suas funções no âmbito corporativo. A inversão desse processo leva a altos índices de rotatividade e absenteísmo.
O processo dessa mudança requer do gestor compreender que o ser humano traz para dentro de seu ambiente: as qualidades e as necessidades, personalidades e as características individuais, fatores físicos, psíquicos e socioculturais de formação. Estas, por sua vez, formam a força que o move indivíduo em seu "fazer diário". Não menos, seu fazer é reflexo de sua formação como pessoa. Os relacionamentos fragilizados manifestam os comportamentos doentios.
O líder precisa trabalhar com esse ser complexo em que "o fazer" é reflexo do ser e o ser do fazer
O renomado professor da Universidade Oxford, C.S.Lewis nos diz que: "Todos nós desejamos o progresso, mas se você está na estrada errada, progresso significa fazer o retorno e voltar para a estrada certa; nesse caso, o homem que volta atrás primeiro é o mais progressista". Por isso, existe sempre uma razão para crescer e mudar. Ou existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixemos para trás. E não se esqueça: o que você ouve e vê depende do lugar em que se coloca, como depende também de quem você é.
Muito bom, parabéns
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