Profissionais que tomam atitudes antiéticas no trabalho têm o comportamento tolerado quando entregam resultados, segundo um estudo de professores americanos da Universidade Baylor, no Estado do Texas.
Os pesquisadores investigaram a relação entre rejeição a comportamentos antiéticos — como desperdiçar e usar recursos da empresa para fins pessoais ou realizar atividades que representam conflitos de interesse — e o conceito de “ostracismo” no ambiente de trabalho, que inclui ser ignorado pelos colegas e superiores ou excluído de atividades. Esse aspecto foi escolhido pelos autores por representar um tipo comum de retribuição informal a profissionais com comportamento considerado problemático.
Por meio de dois experimentos e uma pesquisa de campo, que tiveram a participação de um total de 1.040 pessoas, o estudo aponta que profissionais com comportamento antiético têm mais chance de serem excluídos pelo resto do grupo — a não ser que eles tragam resultados. Nesses casos, as atividades “conflituosas” são toleradas pelos colegas e supervisores.
Segundo o autor principal do estudo e professor da Hankamer School of Business, da Universidade Baylor, Matt Quade, os resultados apareceram independentemente do ambiente de trabalho. “Há chances iguais de o alto desempenho se sobrepor ao comportamento antiético, no que diz respeito a ostracismo, em organizações com forte código ético ou naquelas com pouca aderência a esses códigos”, diz.
Para o professor, empresas que se mantêm permissivas a comportamentos antiéticos em troca de alto desempenho profissional podem acabar gerando mais atitudes ilícitas entre seus funcionários ou perdendo empregados éticos. “Ambos resultados, comportamento antiético e turnover, podem ser bastante custosas para as organizações”, diz.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 15.04.2016
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