segunda-feira, 18 de julho de 2016

O que faz as pessoas encontrarem sentido no trabalho.

Ter um líder “inspirador” ajuda na hora de achar propósito e significado no trabalho? De acordo com um estudo de professores britânicos, o papel exercido pelo chefe não contribui positivamente para que profissionais enxerguem seus empregos dessa forma. Um chefe ruim, no entanto, tem o potencial de destruir qualquer significado encontrado no trabalho.
A pesquisa de professores da Universidade de Sussex e da Universidade de Greenwich, publicada na “MIT Sloan Management Review”, buscou identificar o que leva profissionais a considerar seus trabalhos significativos. Os professores entrevistaram 135 pessoas de ocupações variadas – como garis e padres – sobre as situações ou momentos em que eles mais enxergaram sentido nos seus trabalhos. Katie Bailey, da escola de negócios da Universidade de Sussex, explica que esse senso de propósito no trabalho surge quando há uma conexão entre o lado profissional e valores pessoais. “Ao considerar o trabalho significativo, deixamos de ser trabalhadores ou empregados, e nos relacionamos como seres humanos”, explica.
Os autores não encontraram praticamente nenhuma relação entre ter um chefe bom e encontrar significado no trabalho, mas gestores ruins foram os elementos mais citados como capazes de acabar com o propósito no emprego. Os resultados também apontam que a capacidade de encontrar significado no trabalho não é uma experiência constante que os profissionais sentem sempre, mas é caracterizada por momentos ou situações – no geral, inesperados – em que as pessoas acham suas atuações profundamente significativas. Esses momentos surgem, no geral, quando os profissionais refletem posteriormente sobre o impacto do trabalho.
O estudo também identificou os sete “pecados capitais” do propósito, capazes de impedir profissionais de encontrar significado nos seus trabalhos: desconectar as pessoas de seus valores, delegar atividades irrelevantes ou inúteis, tratar a equipe de forma injusta, não valorizar os funcionários, desconectá¬los de relações que servem de apoio, forçar funcionários a realizar trabalhos que eles não estão confortáveis fazendo e colocar os trabalhadores em risco.

Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 15.07.2016

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