terça-feira, 3 de maio de 2016

Não é só a monotonia que torna o trabalho entediante.

Sentir tédio no emprego não é uma consequência apenas de um trabalho monótono. De acordo com um estudo finlandês com profissionais de escritório, essa sensação pode surgir mesmo em meio a uma rotina agitada, quando o trabalhador não encontrar significado nas atividades realizadas.
Produzido por pesquisadores do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, o estudo teve a participação de 72 empregados e supervisores de áreas como vendas, administração e finanças, e faz parte de um projeto do Instituto que analisa os níveis de engajamento no trabalho no país.
Os autores identificaram três tipos de tédio, caracterizados por diferentes experiências que o profissional pode ter com o tempo passado no escritório. Há o decorrente da inércia, que é quando o trabalho a ser realizado não corresponde às expectativas do profissional e não o desafiam o suficiente. Outro tipo é caracterizado pela aceleração do trabalho, e surge quando o profissional tem tarefas demais ou considera seus objetivos pouco realistas. Já o terceiro é consequência de obstáculos à manutenção do ritmo de trabalho, que podem aparecer tanto na forma de interrupções constantes quanto de burocracia considerada desnecessária.
De acordo com os pesquisadores, todos os tipos de tédio estão conectados ao subaproveitamento das habilidades do profissional e à falta de capacidade de o trabalhador ver o significado das atividades da sua rotina de trabalho. Para Lotta Harju, do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, o excesso do tédio resulta em desperdício de recursos para a empresa e perda de bem-estar para o profissional.
“Sentir tédio ocasionalmente é normal e inofensivo, mas é preciso que profissionais e empresas tenham cuidado para que ele não se torne uma constante no ambiente trabalho”, diz. Para ela, não usar todo o potencial de um funcionário faz com que ele experimente mais estresse e seja menos produtivo. “Trabalhadores entediados estão fisicamente presentes na empresa, mas não mentalmente.”
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 03.05.2016

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