A qualidade do relacionamento das empresas com clientes e funcionários apresenta sinais de desgaste por conta da crise econômica, aponta levantamento do Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial (IBHE).
Anualmente, o IBHE realiza uma pesquisa com profissionais de empresas de diversos setores sobre o conceito de “hospitalidade empresarial”, entendido como a atenção dada pelas companhias aos relacionamentos com diversos públicos como clientes, consumidores, comunidades e funcionários. A sétima edição contou com a participação de 687 profissionais.
Como parte do estudo, os entrevistados nomeiam quais empresas eles consideram mais hospitaleiras, o que resulta em um ranking que, na pesquisa atual, teve 69 companhias. Nos últimos três anos, entretanto, diminuiu em 20% o número de organizações lembradas pelos participantes. Isso aponta, na opinião da diretora do IBHE, Beatriz Cullen, para uma queda geral na qualidade dos serviços e do relacionamento com funcionários e clientes, decorrente do aperto da crise econômica.
“Além de dispensar funcionários, as empresas não estão tendo o devido cuidado com os colaboradores, que estão se sentindo desmotivados”, diz. Para ela, o momento atual torna o uso de conceitos como o da hospitalidade empresarial ainda mais importante. “O primeiro passo para ter sucesso é priorizar o funcionário. Se ele sente que é bem cuidado, ele repassa isso para os clientes”, diz. O conceito se materializa quando se apoia em outros pilares, como ter processos que agilizam atendimentos e serviços, um ambiente de trabalho agradável que aproxima equipes e o apoio do alto escalão para essas questões. As empresas mais citadas este ano foram o Grupo Fleury, a Porto Seguro e o Hospital Israelita Albert Einstein.
Na opinião dos profissionais, o que mais torna uma empresa hospitaleira para o quadro de funcionários é permitir que eles sintam que fazem parte da companhia (35%), ser reconhecido pela contribuição aos negócios (28%) e o clima do ambiente de trabalho (26%). “Às vezes a empresa investe muito em coisas que o funcionário não percebe como valor”, diz Beatriz.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 05.05.2016
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