Por Carlos Guilherme Nosé para o RH.com.br
Para alcançarmos o sucesso, invariavelmente somos motivados por algo ou alguém. Estou prestes a completar 20 anos de experiência no mercado de trabalho e já vivi momentos interessantes nessa caminhada. Iniciei a carreira como empreendedor aos 17 anos de idade, ao montar uma agência de publicidade com um amigo, essa empreitada durou três anos. Depois disso fui estagiar, programas de trainee, intercâmbio nos EUA e na Espanha, até "cair" no segmento de Executive Search, há 15 anos.
Nesse meio tempo, vi o Dólar disparar algumas vezes, a Bolsa ruir outras tantas, crise na Rússia, no México, na China, nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil então nem se fale... Sabem quem me fez continuar indo em frente e acreditando que tudo daria certo? Eu mesmo!
Muito se discute sobre como motivar times nos dias de hoje. A bem dizer, quero pessoas que se motivem por si só. Quero aquele tipo de profissional que bata no peito e diga: Eu venci porque me superei, porque melhorei e evolui! Alguém que comemore as vitórias na frente do espelho, olhando para sua própria face e sentindo orgulho de si mesmo, alguém que não precise de 200 curtidas na sua foto de rede social para ficar "motivado" ou com melhor autoestima.
Como CEO, minha tarefa é sim mostrar os valores, as premissas e os objetivos que nossa empresa deseja seguir, mas se eu não tiver um time que se motive por si só, a tarefa se torna muito mais árdua. Poderei passar o resto da vida tendo que mostrar a eles o porquê de levantar cedo e ir trabalhar.
Carol Dweck, psicóloga por Standford e especialista em motivação e comportamento humano, disserta sobre a importância do reconhecimento pelo esforço e pela inteligência. Quem se esforça, chega mais longe! Agora, que tal se esforçar e ter a inteligência como aliada? O mercado esta cansando de "mini gênios" que querem revolucionar o mundo, mas que nem se dão ao trabalho de levantar da cadeira para dar uma volta no próprio bairro.
Em geral, somos mais fortes do que pensamos. Somos mais capazes do que nos permitimos. Acontece que, em muitas ocasiões, elementos como insegurança preciosismo ou conservadorismo nos limitam física e mentalmente, evitando que coloquemos novas ideias e ideais em prática.
Lembro que certa vez recebi um feedback de um ex-chefe dizendo que eu não tinha perfil para ser consultor de Executive Search. Aquilo doeu, caiu como uma bomba, demorou para ser digerido, ainda mais por ser inicio de carreira. Mas minha decisão - e determinação - foi provar o contrário. Eu poderia sim vencer nessa carreira. Estudei mais, me dediquei mais, melhorei onde precisava e segui em frente. Hoje sou realizado e atingi um sucesso ainda maior do que poderia imaginar. Não precisei de ninguém batendo no meu ombro e me levantando. Não fiz isso pelos outros, nem mesmo pelo ex-chefe, fiz por mim.
Os reais vencedores motivam-se sozinhos. Ou você acha que Ayrton Senna ia treinar em dias de chuva só porque seus pais pediam? Que Steve Jobs buscava apenas a fama? Que Elon Musk e Bill Gates se motivam só porque os acionistas cobram maiores resultados? Que Walt Disney prezava pelo perfeccionismo apenas por vaidade?
Pense o que você quer contar aos seus netos, bisnetos e amigos sobre a carreira (ou carreiras) que teve. Você não vai falar sobre como a empresa criou um programa para te motivar, vai querer narrar como superou as adversidades, como se esforçou e venceu por vontade própria. Jogue para você, não para a torcida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário