Convenção deu atenção especial às transformações da classe
Para apresentar e debater os temas mais atuais da área tributária e refletir sobre a realidade da categoria contábil, começou ontem a 15ª edição da Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul, no Fundaparque, em Bento Gonçalves. Com o tema Contabilidade - O Poder da Informação em suas Mãos, o evento volta sua atenção principalmente às recentes transformações da classe e à sua transição do papel de coadjuvante para o de protagonista na tomada de decisões das organizações.
"Talvez nós sejamos os detentores do maior número de informações que passam pelas entidades", destacou o presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Antônio Palácios, em seu discurso de abertura da convenção. Para Palácios, lidar com o enorme fluxo de conteúdo e tecnologia a que todos estão expostos é um caminho sem volta. "Pobre daquele que não aceitar."
A opção por ir além das dificuldades da profissão e das reflexões sobre crise econômica e política, que tomam conta da pauta tradicional, foi planejada, admitiu o presidente da entidade responsável pela organização da convenção. "O que nós vamos mostrar são as alternativas para se valer da tecnologia e tirar a crise de letra. É lógico que a atual situação vai permear as discussões, pois o profissional não pode ficar alheio ao que está acontecendo, mas nossa maior contribuição para sair da crise será fazer com que as empresas tenham mais transparência", disse Palácios.
Considerado um dos profissionais mais demandados e valorizados pelo mercado, o contador também tem de enfrentar importantes desafios para estar a par da grande quantidade de exigências depositadas tanto pelo Fisco quanto pelas empresas sobre si.
O auditório lotado durante o painel Profissional Contábil e o Fisco na Era dos Arquivos Digitais não deixava dúvidas de que, se contadores e auditores presentes tivesse de escolher um ponto onde residem suas grandes dúvidas, este seria no uso da tecnologia para a transmissão de dados aos órgãos fiscalizadores.
Todo o processo continua sendo complexo e cheio de surpresas, mas se torna mais confiável com os investimentos em Tecnologia da Informação (TI), disse o contador Ricardo Kerkhof, com a disseminação da certificação digital. "A grande maioria dos sistemas trazem a busca de informações via formulários e as decodificam em chaves. Isso é pirata. Eu só obtenho informação oficial através de certificado digital", alertou Kerkhoff, que também é membro da Comissão de Tecnologia da Informação do CRCRS.
Para garantir exatidão no cruzamento das informações, complementou o auditor-fiscal da Receita Estadual Lucas Pulcinelli da Jornada, é necessária a adesão de empresários e contadores em projetos voltados à maior transparência nas transações comerciais. Falando especificamente sobre o projeto NFe, Jornada lamentou o número bem abaixo do ideal de manifestações do destinatário.
Atualmente, apenas 9% dos cerca de 6 milhões de eventos registrados todo mês pela Receita Estadual recebem um posicionamento de quem recebeu a nota. "Ainda estamos engatinhando nesse assunto, tem poucas obrigatoriedades e muitas empresas resistem a aderir. Mas é preciso que as organizações recebam o incentivo de realizar para sua segurança", advertiu Jornada, avisando que existe um programa simples chamado Manifestador Gratuito que pode ser um aliado.
Hoje, a programação segue com a participação de nomes como Nelson Eggers, diretor presidente da Fruki, Clóvis Belbute Peres, supervisor Nacional do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) na Receita Federal, Patrícia Neñez Weber, procuradora da República, dentre outros. Amanhã, a convenção recebe especialistas na área contábil e o empresário Jorge Gerdau Johannpeter.
Fonte: Jornal do Comércio - RS
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