quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Empresas criam ações para troca de conhecimento.

Iniciativas que incentivam a troca de informações e de experiências entre funcionários podem ser implementadas rapidamente nas empresas, especialmente se elas tiverem histórico de gestão participativa. Programas de mentoria interna também são usados para ajudar as chefias a criar mais engajamento entre as equipes em tempos de crise.
Irene Azevedo, diretora de transição de carreira e gestão de mudança da consultoria LHH, afirma que as empresas também montam programas “sombras”, em que os funcionários mais jovens acompanham a rotina dos executivos seniores, diz. “Outras contratam gestores por períodos pré-determinados, com um objetivo específico. Assim, eles já chegam ‘jogando’.”
Para Igor Schultz, recrutador e sócio da Flow Executive Finders, os tempos são outros e as empresas precisam entrar no novo ritmo da economia. “Nos últimos dez anos, as companhias registraram crescimento e aumento da base de consumidores. As reuniões eram pautadas em quanto elas iriam crescer, sem a necessidade de prever cortes de custos, de pessoal e projetos”, enfatiza.
Como os executivos de hoje ainda não tinham vivenciado esse tipo de situação, há mais ansiedade e medo de demissão, segundo Schultz, sem falar das comparações de performances com períodos anteriores e, no caso das multinacionais, com os resultados de outros países. Ao reportar números globais, a exposição da baixa produtividade ganha uma proporção ainda maior e as equipes recebem pressão em dobro da matriz. “Com a ajuda de mentores que já enfrentaram ondas de demissões por congelamento de preços e inflação galopante, os novos gestores ficam mais preparados para fazer, agora, os ajustes necessários”, afirma.
Ana Cláudia S. Reis, sócia da consultoria Caldwell Partners, afirma que é possível organizar reuniões mais interativas entre a liderança e o time júnior, abrindo espaço para perguntas. “É a melhor forma de fazer anúncios de forma transparente, diminuir a insegurança e esclarecer as expectativas dos colaboradores.”
Para ela, incentivar os funcionários menos experientes a aprender com gerentes que acumulam tempo de casa não deve ser uma estratégia exclusiva para dias turbulentos. “Líderes que desafiam seus subordinados a manterem uma atitude otimista e transformadora reforçam a continuidade dos negócios.”
Fonte: Valor Econômico, por Jacilio Saraiva, 22.10.2015

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