quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Estresse é a maior dor de cabeça das companhias.

O estresse é o maior fator de risco relacionado à saúde na visão das empresas, mas poucos funcionários dizem sentir liberdade para conversar com seus chefes sobre o assunto, de acordo com estudo da Willis Towers Watson.
A consultoria de recursos humanos falou com 2 mil empresas, sendo 140 no Brasil. Um levantamento paralelo consultou 31 mil funcionários, com mais de mil deles atuando no país. Os dados foram coletados em 29 mercados.
No Brasil, 62% dos representantes de empresas consideram o estresse o maior risco para a saúde do efetivo, número similar à média mundial. A falta de atividade física e o excesso de peso são preocupações das empresas. Só um quarto dos funcionários, no entanto, recorre ao gestor imediato para conversar sobre o estresse. Apenas dois de cada dez funcionários dizem ter um plano de como lidar com o estresse por conta própria.
“O estresse é uma bomba relógio que as pessoas não sabem desarmar”, diz Carlos Ortega, líder da área de consultoria em engajamento de empregados da Willis Towers Watson. Segundo ele, a crise econômica potencializa o problema não só por conta de aspectos profissionais, como a maior carga de trabalho, mas por causa da preocupação financeira que pesa no pessoal.
O salário é o fator mais importante para profissionais escolherem começar e continuar em um emprego, diz a pesquisa. Oportunidade de crescimento, desafio e estabilidade são outros elementos de atração. Na hora de escolher ficar na vaga, no entanto, conta mais o tempo de deslocamento até o local de trabalho, aspecto que fica na segunda posição, à frente de oportunidades de crescimento. O ambiente físico, a relação com o chefe e a capacidade de gerenciar o estresse também são citados.
A relação dos funcionários com os chefes foi mal avaliada não só nos temas relacionados ao estresse. Só 40% dos funcionários dizem que conversam com gestores sobre carreira, e mais de 75% dos gestores passam menos de seis horas por ano discutindo o desempenho do funcionário com o mesmo. “Isso é menos de meia hora por mês falando sobre meta, apuração de resultado e desempenho”, diz Glaucy Bocci, diretora de gestão de talentos para a AL da Willis Towers Watson. “Se ele não fala sobre meta, imagina sobre temas associados a estresse”, afirma.

Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 10.11.2016

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