quarta-feira, 22 de março de 2017

Opinião dos colegas e falta de clareza preocupam quem trabalha de casa.

A possibilidade de trabalhar remotamente já existe em grande parte das empresas, mas em muitos casos os profissionais ainda se preocupam que a distância poderá prejudicar sua imagem junto aos colegas, e reclamam que a companhia não comunica suas políticas de “home office” com clareza.
Segundo uma pesquisa global da empresa de videoconferência Polycom, cerca de 60% dos profissionais temem que seus colegas vão achar que eles não trabalham o suficiente quando estes fazem tarefas de forma remota. Essa preocupação é maior entre a geração Y, nascida entre 1980 e 1995 — 66% dizem ter esse receio.
O levantamento falou com mais de 25 mil profissionais em 12 países, entre eles 2.291 brasileiros. Cerca de um terço dos entrevistados no país atuam no setor de tecnologia, bastante adepto de práticas de flexibilização do trabalho.
No Brasil, o medo de não “mostrar serviço” quando a atuação é remota é menor, com 27% reportando essa preocupação. A maioria dos brasileiros, no entanto, acha que a empresa ainda precisa ser mais clara ao oferecer a possibilidade de trabalhar fora do escritório. Aqui, 60% dos respondentes gostariam de receber mais orientações sobre as políticas de trabalho remoto da companhia onde trabalham.
O Brasil está acima da média na adoção do trabalho remoto, de acordo com a pesquisa. Aqui, 80% têm a opção de trabalhar de forma flexível, contra 62% em todos os países pesquisados. Entre os entrevistados no país, 54% dizem trabalhar de forma flexível com frequência e 26%, eventualmente. Cinco por cento têm a opção, mas preferem a rotina no escritório.
Para Pierre Rodriguez, vice-presidente para América Latina e Caribe da Polycom, a aceitação ao trabalho remoto nas empresas brasileiras é acima da média global, em parte, por causa das dificuldades de mobilidade urbana. “Quem vive hoje nos grandes centros sofre para chegar ao escritório. A possibilidade de trabalho remoto torna-se algo natural”, diz.

Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 22.03.2017

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