terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Insatisfação com emprego passa pela falta de diálogo.

Mesmo com novos modelos de gestão internacionais, as empresas brasileiras apresentam grande nível de insatisfação com funcionários devido à falta de comunicação, ato que gera maior volume de processos de trabalho, afastamento médico e rotatividade de colaboradores.
Para contornar esse dado, e tornar sua empresa um lugar cobiçado por funcionários é necessário aumentar o reconhecimento dentro das companhias e colocar regras mais claras de como crescer profissionalmente. Segundo o ranking Great Place to Work, estudo realizado anualmente pela consultoria de mesmo nome, os principais desafios das empresas brasileiras estão ligados à falta de interação com o colaborador. “O sentimento de imparcialidade continua sendo difícil de resolver nas empresas”, disse ao DCI o CEO da Great Place To Work (GPTW), Ruy Shiozawa.
O especialista aponta que tanto em demissões quanto em promoções exigem boa comunicação com o funcionário e por mais simples que pareça, ainda é um dos pontos mais presentes no País. “As regras do por que e como devem ser precisam ter clareza”, cita.
Segundo ele, o Brasil ainda possui uma das médias mais baixas do ranking GPTW global, mas a melhora nos últimos anos é bem visível. O País possui a maior proporção dentro de um total de 7 mil empresas respondentes no mundo. Atualmente, cerca de 1,5 mil empresas brasileiras participam da pesquisa. “A perspectiva é que dentro de sete anos consigamos atingir 10 mil nacionais”, aponta.
De acordo com o executivo, entre os principais benefícios de se comunicar melhor com o colaborador está a queda da rotatividade. “No Brasil a média desse índice é de 25%, nas empresas do o número chega a 11%”, complementa.
Uma pesquisa realizada pela GPTW mostra que o benefício financeiro também é alto. Em um período de 2000 a 2012, o desempenho de empresas de capital aberto era muito maior nas empresas listadas como melhores locais para se trabalhar. “Nesse tempo, as companhias multiplicaram seu capital, em média, por três. Nos melhores locais para se trabalhar, o capital se multiplicou por 10″, explicou Shiozawa.
A questão da baixa troca de funcionários também foi verificada nos estudos das empresas de capital aberta. Segundo o executivo, a rotatividade de profissionais é três vezes menor nas empresas listadas, assim como a queda de processos de trabalho que é 10 vezes menor que a média das empresas que não entram no ranking da GPTW.
Cuidados
Já o CEO da Dale Carnegie Training (DCT), Guilherme Amaral, alerta que o resultado não pode ser um status. As informações, segundo ele, são uma oportunidade de melhorar o ambiente dos colaboradores. “É necessário selecionar pesquisas que podem trazer soluções”, ressalta.
Uma das críticas apontadas por ele da maior parte dos rankings é a quantidade de perguntas fechadas. “Muitos funcionários se sentem pressionados em falar do chefe imediato. E esse é um dos principais fatores que influenciam a satisfação”, comenta.
Segundo ele, os principais motivos de contentamento dos funcionários são satisfação com chefia imediata, confiança, orgulho, perspectiva de crescimento e salário. “No entanto, se as três primeiras forem oferecidas, as outras preocupações desaparecem”, diz.
Caminho árduo
A seguradora Tokio Marine, listada em 11° lugar no ranking GPTW de 2015, mostrou que para atingir um bom lugar na lista é necessário trilhar um caminho de ações.
Entre 2010 e 2011, a empresa investiu em treinamentos e desenvolvimentos, pesquisas de clima organizacional e programas de qualidade de vida. Já em 2012 implementou avaliações 360° e diversos programas de reconhecimento. Com isso a empresa atingiu em 2013 o 47° lugar na lista e em seguida passou para 22° em 2014.
A seguradora disse que recentemente lançou iniciativas para a motivação e o comprometimento da equipe, como day off, a premiação por ‘Tempo de Casa’, que dá dias de folga a partir de cinco anos de trabalho na companhia, horário flexível e novas práticas de qualidade de vida também foram citadas como diferencial.
Fonte: Diário do Comércio, Indústria e Serviços, por Vivian Ito, 25.11.2015

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