quinta-feira, 9 de junho de 2016

Brasileiros não sabem falar do próprio sucesso profissional.

Ter um bom perfil profissional na internet é um passo importante para ascender na carreira, mas boa parte dos brasileiros ainda tem dificuldades para falar do próprio sucesso, segundo um levantamento da rede social profissional LinkedIn.
A maioria dos profissionais do país entende a importância de falar sobre suas conquistas no trabalho — 78% consideram esse um passo relevante para obter sucesso na carreira, e 83% acham fácil fazê-lo. Mas só 42% sentem-se confortáveis nesse papel, e 45% dizem ainda preferir falar das conquistas de colegas do que das suas próprias. Para metade dos brasileiros, falar sobre o próprio sucesso profissional é uma forma de se “gabar”. Conduzido pela Censuswide, a pesquisa falou com mais de 11 mil usuários do site de 18 países, entre eles mais de mil brasileiros.
No geral, os profissionais do país se dizem mais confiantes na capacidade de falar da própria carreira do que na média global, mas para Fernanda Brunsizian, gerente de comunicação do LinkedIn para a América Latina, eles não o fazem da melhor maneira. Outra pesquisa realizada anualmente pelo LinkedIn identifica as palavras mais usadas pelos usuários na elaboração do perfil nos países em que a rede está presente, e há três anos a mais utilizada no Brasil é “responsável”.
Para Fernanda, isso indica que o brasileiro é capaz de elencar suas responsabilidades nos empregos pelos quais passou, mas não está acostumado a falar de conquistas e resultados. “O brasileiro está muito habituado a usar redes sociais para o trabalho e acha isso importante, mas o seu perfil ainda não é usado de forma estratégica”, diz.
Ela destaca que mais importante do que dizer suas responsabilidades em um emprego é saber descrever os resultados alcançados nele de uma forma que aponte que eles estavam alinhados com a estratégia da companiha. “Falta falar sobre o antes e o depois na empresa, a diferença que a pessoa fez onde passou, que é o que o recrutador quer ouvir”, diz.
Cerca de 40% dos respondentes — um número similar ao encontrado globalmente — admitem ainda terem dificuldade de explicar o que fazem. Para Fernanda, isso é consequência do surgimento de novas funções, como as relacionadas à internet, que não são conhecidas de profissionais de outras áreas ou gerações.
Fonte: Valor Econômico, por Letícia Arcoverde, 03.06.2016

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