Black Mirror, uma das séries de maior sucesso do serviço de streaming Netflix, trata, de forma ficcional, do impacto da tecnologia na vida moderna. Nos episódios, o expectador é levado a um enredo, na maioria das vezes exagerado, mas que mostra muito bem essa característica.
Na vida real, a tecnologia há tempos vem mudando a forma como as atividades profissionais são realizadas. Teletrabalho, ou trabalho de casa, e mesmo o Processo Judicial Eletrônico (PJe) são exemplos da própria Justiça do Trabalho que revelam muito bem essas situações. O uso de sistemas de videoconferência é outro.
Desde meados de 2015, advogados que atuam no interior de Mato Grosso não precisam mais se deslocar até a Capital do estado para fazer a defesa pessoal de seu cliente durante o julgamento dos processos em que atuam e que estão no Tribunal. Eles podem se utilizar do sistema de videoconferência disponibilizado pelo TRT.
Os equipamentos, presentes em todas as varas do trabalho, podem ser acessados mediante prévio agendamento. O advogado comunica a unidade local da justiça trabalhista de sua cidade e manda um e-mail para o Tribunal (link sends e-mail) se inscrevendo até o dia anterior à sessão.
Ao todo, 51 advogados utilizaram a ferramenta na defesa de seus clientes no Tribunal em 2016. Caso de Anderson Camargo, que atua na cidade de Rondonópolis (220km de Cuiabá). Ele conta que usou o sistema quatro vezes no ano passado. “A ferramenta é fantástica. Claro que existe a possibilidade de melhoria, mas ajuda muito”, disse, destacando que o maior benefício que percebe é não precisar pegar a estrada só para fazer a sustentação, algo que pode significar a perda de um ou até dois dias de trabalho.
Já a advogada Andreia Gobbi, de Sinop (480km da Capital) conta que na vez em que fez uso do sistema conseguiu que a decisão contra a qual recorreu fosse reformada e isso, segundo avalia, devido à sustentação oral feita por videoconferência. Para a advogada, esse feito é ainda mais importante porque, naquela ocasião, ela não teria como se deslocar até o Tribunal. “Foi a melhor ferramenta disponibilizada pelo TRT”, elogia.
Andreia Gobbi conta ainda que doou a toga que comprou para fazer sua participação no julgamentos à subseção local da OAB. Com isso, outros colegas também passaram a conhecer o sistema do TRT e a utilizá-lo.
Para a presidente do Tribunal, desembargadora Beatriz Theodoro, o sistema vem ao encontro daquilo pelo qual o TRT sempre primou: a celeridade e acessibilidade dos operadores do Direito. “Dar acesso a todos, integralmente, ainda que distantes”, resumiu ela.
Redução de custos em momento de crise
Os equipamentos de videoconferência foram adquiridos pelo TRT para serem usados não só no processo de sustentação oral, mas também para facilitar a comunicação com as suas unidades do interior. A ferramenta é hoje empregada na realização de reuniões com as varas do trabalho, bem como pela Escola Judicial do Tribunal quando da promoção de cursos e capacitações. Num momento de crise econômica e restrição orçamentária, ela tem se mostrado como uma saída eficiente e produtiva.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho - 23ª Região
Data da noticia: 30/01/2017
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