segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Senado deve aprovar trabalho intermitente.

Uma proposta de regulamentação do trabalho intermitente, ponto prioritário da reforma trabalhista em estudo pelo governo de Michel Temer, poderá ser aprovada nesta quarta-feira pelo Senado. O projeto, em discussão na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), permite que uma pessoa trabalhe alguns dias na semana e, com isso, tenha uma remuneração proporcional. A matéria tramita em caráter terminativo, ou seja, se for aprovada na comissão, já irá para análise pela Câmara dos Deputados.
De autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o projeto tem como relator o senador Armando Monteiro (PTB-PE). Ambos integram um grupo de parlamentares que tem dialogado com o governo sobre medidas para reativar a economia. A regulamentação do trabalho intermitente é uma medida útil para negócios como bares, restaurantes, buffets e para o comércio nos finais de semana.
“Há muitas atividades com demanda sazonal e é preciso flexibilizar a lei para criar um marco legal que atenda a elas”, comentou Ferraço. “Não podemos ficar presos a uma legislação dos anos 1940 com o desemprego no nível em que está, com as pessoas precisando trabalhar.” Além de Ferraço e Monteiro, o grupo de senadores que discute medidas de curto prazo é integrado também por Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Aníbal (PSDB-SP) e Cristovam Buarque (PPS-DF).
Resistências
“Nós achamos que, no campo das orientações macroeconômicas, o governo está na direção certa”, disse Ferraço. “Temos uma avaliação mais restrita em relação à política monetária, que poderia dialogar mais com a recessão, e achamos que as medidas microeconômicas estão demorando muito.” Os senadores defendem também que seja aprovada rapidamente uma regulamentação para que acordos coletivos prevaleçam sobre a legislação trabalhista. Esse também é um ponto da proposta defendida pelo governo e que é tratado em pautas que tramitam no Congresso.
A proposta do trabalho intermitente deve sofrer oposição. “A polêmica que tem é com o Paim”, disse Ferraço, referindo-se ao senador petista Paulo Paim (RS). A medida enfrenta também resistência dos sindicatos, que veem nela uma forma de precarização do trabalho.

Fonte: Correio Braziliense, 13.12.2016

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